Os Orixás pt 4 – Iemanjá / Yemanjá

Iemanjá / Yemanjá

A grande mãe, aquela que cria e cuida dos teus filhos.
A rainha do mar! O orixá feminino mais popular do Brasil, sem dúvidas! Quem nunca foi a praia passar o réveillon de branco e pular 7 ondas? Sim, essa famosa ação é em homenagem a Iemanjá.

Iemanjá é conhecida, por ser uma Orixá acolhedora, a própria “mãezona”, um dos motivos pelo qual recebe tanto carinho aqui no Brasil.

Saudação: Odoía
Elementos: Águas doces que correm para o mar, Águas do mar
Principais cores: Azul claro e Branco.

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Itans

Iemanjá joga búzios na ausência de Orunmilá

Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa, então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.

No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. Ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.

Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare.

Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino. Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.

Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.

 

Iemanjá ganha o poder de cuidar de todas as cabeças

Olodumaré fez o mundo e repartiu entre os orixás vários poderes, dando a cada um reino para cuidar. A Exú deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas. A Ogum o poder de forjar os utensílios para agricultura e o domínio de todos os caminhos. A Oxóssi o poder sobre a caça e a fartura. A Obaluaiyê o poder de controlar as doenças de pele. Oxumaré seria o arco-íris, embelezaria a terra e comandaria a chuva, trazendo sorte aos agricultores. Xangô recebeu o poder da justiça e sobre os trovões. Iansã reinaria sobre os mortos e teria poder sobre os raios. Ewá controlaria a subida dos mortos para o orum, bem como reinaria sobre os cemitérios. Oxum seria a divindade da beleza, da fertilidade das mulheres e de todas as riquezas materiais da terra, bem como teria o poder de reinar sobre os sentimentos de amor e ódio. Nanã recebeu a dádiva, por sua idade avançada, de ser a pura sabedoria dos mais velhos, além de ser o final de todos os mortais; nas profundezas de sua terra, os corpos dos mortos seriam recebidos. Além disso do seu reino sairia a lama da qual Oxalá modelaria os mortais, pois Odudua já havia criado o mundo. Todo o processo de criação terminou com o poder de Oxoguian que inventou a cultura material.

Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Oxalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos. Iemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava. Durante muito tempo Iemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos ouvidos de Oxalá, que este enlouqueceu.

O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Iemanjá. Oxalá ficou enfermo, Iemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias curou Oxalá.Oxalá agradecido foi a Olodumaré pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.

 

Iemanjá ganha um Ofá de Oxóssi

Oduduwa, o rei de Ilê Ifé e pai de Ogum gostava muito de comer codornas, Oxossi era amigo de Ogum e então prometeu trazer muitas codornas para agradar Oduduwa. Na mata por três vezes ele capturou codornas e as colocou em gaiolas, mas as três vezes alguém abriu as gaiolas e deixou as codornas escaparem e Oxossi ficava cada vez mais irritado. Na quarta vez Oxóssi vigiou as gaiolas e ai sim pode levar as aves para Ifé. Oduduwa ficou estarrecido de tanta felicidade! E então ele bateu seu cajado no chão e disse: EM NOME DE OLORUM EU LHE CONCEDO UM DESEJO. PEÇA O QUE QUISER! Oxossi pensou no aborrecimento que havia passado nos últimos dias, então ele apontou seu arco e flecha para o céu e disse: DESEJO QUE ESTA FLECHA ATRAVESSE O CORAÇÃO DE QUEM ROUBOU AS PRIMEIRAS CODORNAS! Nesse momento a Rainha Yemú, esposa de Oduduwa recebeu uma flechada no peito e caiu morta! Yemú tinha pena das pequeninas codornas e por isso ela havia libertado as pombinhas que Oxóssi havia prendido. Oduduwa viu sua amada esposa ali morta, e tomado pelo Ódio ele sentenciou Oxossi a morte. Oxossi correu o máximo que pode, foram dias fugindo até que ele chegou próximo ao um grande rio, e na beira dele ele viu Iemanjá, sua amiga. Ele contou o que havia ocorrido, e então Iemanjá resolveu esconder Oxossi no fundo do rio por alguns dias até que Oduduwa de acalmasse. Iemanjá era irmã de Yemú e mesmo que ela estivesse triste ela sabia que Oxossi não teve intenção de ferir a Rainha, ele não sabia de nada. Iemanjá deu a Oxossi o dom de respirar de baixo d’água, e ele ficou sob sua proteção por muito tempo, mas chegou o dia de ir enfrentar Oduduwa, e Iemanjá foi com Oxossi para Ilê Ifé ter uma audiência com o rei. Eles foram recebidos por Oduduwa, Ogum e todos os membros da família real.  Iemanjá pediu a Oxossi que ele deixasse ela falar por ele, e assim foi, diante de todos ela se levantou e com um tom de voz firme ela se pôs a falar: “Saudo Oduduwa rei de Ifé e Ogum rei de Irê. Eu sou Iemanjá, filha de Olokun, irmã de Yemowô e da falecida Yemú. Senti toda a tristeza ao saber do falecimento de minha irmã, mas vi que sua morte foi um acidente, Oxossi não entrou nesta casa para trazer tristezas. Perdoe Oxossi eu lhe rogo Oduduwa! Yemú minha irmã também reconheceria a inocência de Oxossi! Oduduwa disse: “Yemoja Rainha de Egbado, a honrada Yemú foi a mulher que escolhi para ser minha rainha e Oxossi a tirou de mim. Me mostre que Yemú o perdoa e eu o perdoarei. ” Iemanjá pediu que lhes mostrassem o túmulo de Yemú, e então a guiaram até o jardim do palácio. Iemanjá se abaixou na terra e rezou a reza que os filhas de Olokun sabem rezar. O túmulo de Yemú cedeu e se transformou em um buraco muito fundo. Iemanjá pediu que lhe dessem uma corda e uma Cabaça, e então ela disse “Yemú mostre se Oxossi é inocente ou não”. Em seguida atirou a cabaça no fundo do buraco e ao levantar a cabaça ela estava cheia de água! Yemú havia se transformado em um poço. E a água que ela deu a Oxossi foi o que mostrou que ele era inocente. Oduduwa então disse a Oxossi: PELA INJUSTIÇA QUE EU IRIA COMETER AO LHE SENTENCIAR A MORTE, EU LHE CONCEDO MAIS UM DESEJO. PEÇA QUALQUER COISA… Oxossi então disse: Por toda a gratidão que tenho por Iemanjá ter salvo a minha vida eu desejo dividir minha sabedoria com ela, lhe dou meu Ofá (arco e Flechas) e lhe ensinarei a caçar, e a partir de hoje eu troco meus colares azuis escuros pelos colares claros da cor das roupas de Iemanjá. Então Oduduwa disse “Asé”, e até hoje Iemanjá Asesun carrega o Ofá de Odé e dizem que ela não o usa na caça e sim na GUERRA! “ÒDÉ OSÍ IMOLÈ ASÈSÚN IMOLÈ ARA WÀ ORÚN Ní OKÚN DÈ ÒDÉ OSÍ IMOLÈ ASÈSÚN IMOLÈ” (O Caçador é um Deus, Asesun é uma Deusa, todos vêem a união do Céu e do Mar, O Caçador é um Deus, Asesun é uma Deusa.) Asé.

Filhos (as) de Iemanjá

 

Características: Protetores, calmos, generosos, vaidosos, luxuosos.

 

 

Protetores

Como sua mãe, são protetores, sabemos que Iemanjá acolhe a todos como fez com Omolu, quando abandonado por Nanã.
Os filhos de Iemanjá tentam ajudar todo mundo e, muitas vezes, se envolvem nos problemas das pessoas por quem sentem afeto. Parece que eles têm a necessidade de cuidar de quem amam.

Generosos

Tendem a ser generosos, sabem ser gratos a tudo que fazem por eles.
Se você dá um presente a um filho ou filha de Iemanjá, por mais simples que seja, eles serão muito gratos por sua ação.

 

Vaidosos

São Vaidosos, tantos os filhos, quanto filhas de Iemanjá tendem a gostar de estar bem, suas filhas costumam ser belas e atrair uma a atração de quem se encontra a sua volta, assim como o canto da sereia.

Luxuosos

Gostam de luxo, de coisas caras e bonitas. Tem prazer e estar bem e ter coisas valiosas.
O conforto e o luxo são coisas que atraem os filhos da Rainha do Mar. Ambientes confortáveis e itens que atraiam praticidade pro dia a dia é algo que lhes chama muito a atenção. Gostam do conforto de uma vida calma.

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